Sinto os 25ºC lá fora, infernal para se estar dentro de um "máxi-taxi". Dentro, sinto os 40ºC, abafante. De costas na vidraça da porta onde me equilibro, bato-me contra as travagens, a gravidade e o andamento inconstante. Por um minuto, que nao aqui estava, mas estou e escrevo.
Não poderia querer melhor "posição" para descrever uma viagem por estes meios do leste. Viajem de 80 km, aguenta...
Em vez de branco, vê-se verde, puro verde, só mesmo Alberto Caeiro para melhor descrever o que vejo do canto da janela. Sinto-me treinado, ou não... estes luxos não me pertencem.
Apesar do "adorável" calor, tenho este velho a cheirar mal com a mão maltratada e ligada, se o visse na Torreira chamava-o de "lobo do mar"(era uma figura respeitante de tal honra), foi a primeira imagem que vi quando o mirei. Casaco, calças de domingo, cara rebentada mas poderosa, a barriga a chegar-se á folha onde escrevo, bem o tipico homem que vem e vai para a terreola.
Ah, só para saberem, vou em pé, eu e outros cinco, enquanto outros vinte vão sentados a levar com os nossos encontrões. Ainda fica cara a viajem, 80 km, 3,7€, 14 leis, mais do que uma refeição no mcdonalds, não vale a pena, só mesmo para descrever, por aventura e a última deste ano, espero.
Imaginem o resto... que eu imagino e vivo...
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